sexta-feira, 22 de agosto de 2014

G.

Meu nome é G. tenho 12 anos, nasci em Guaporé.
Tive uma infância mais ou menos, até os 7 anos vivi com meu pai e minha mãe, meus pais bebiam e brigaram muito.
Com 7 anos encontrei  meu pai morto enforcado no banheiro, dai comecei a gritar, chegaram os vizinhos, tinha um homem bem forte que tentou arrebentar a corda e não conseguiu, dai cortaram, meu pai ainda estava vivo, tentaram reanimar ele mas não conseguiram.
Quando chegou a ambulância, colocaram ele e eu fui junto, tinha minha mãe também, foi muito triste! Ele chegou no hospital morto.
Eu gostava muito do meu pai, ele me tratava bem, corria de kart... Ele tinha alguns defeitos.
Teve uma vez que meu pai ia dar uma machadada na cabeça da minha mãe, daí eu empurrei ela e pegou no braço dela e raspou na minha cabeça, tenho a cicatriz até hoje.
Atualmente moro com a minha mãe, agora ela parou de beber por que tinham me levado para a casa de passagem. Lembro que neste dia eu não queria ir, daí veio o cara do conselho me buscar e eu dei um tapa na cara dele.
Fiquei na casa de passagem 3 meses, era bom, só tinha loucos, tinha um menino mais louco que eu, mas dava saudade de casa.
Alguns meses depois, minha madrinha, irmã do meu pai, se enforcou. Foi muito triste para mim por que eu gostava dela. Tempos depois o marido dela também se matou.
Até o ano passado eu incomodava um monte na escola, agora estou mais calmo.
Uma vez eu saia de noite, deixava minha mãe em casa embriagada, ficava por aí com os amigos.
Uma vez a brigada achava que eu era traficante no bairro Pinheirinho, achavam também que eu usava drogas, mas daí fizeram exames em mim e viram que era mentira.
Um a vez eu estava indo com a minha mão no bar buscar bebida, daí um brigadiano de fusca atropelou nós, ele estava bêbado, minha mãe me empurrou para o lado, eu acabei caindo e batendo a cabeça no cordão, então desmaiei. O homem nos levou para o hospital, ele mal conseguia dirigir, nas curvas ele passava por cima das calçadas, mas acabou tudo bem, minha mãe só cortou a cabeça.
Três dias depois um pit Bull me mordeu, arrancou um pedaço da minha perna, me mordeu nas costas, me arrastou pela perna, daí o meu vizinho me salvou, tenho a cicatriz até hoje.
Atualmente trabalho em casa com a minha mãe, fazemos jóias, eu gosto, assim tenho as minhas coisas.
Tenho bastante amigos, gosto deles, minha mãe diz que eu me metia em encrenca por causa deles, mas eles continuam sendo meus amigos, só que agora não saímos mais de noite, só de dia. Teve um que começou a usar drogas, daí eu me afastei.
Minha outra madrinha está doente, tem pedra nos rins, tomara que ela melhore por que eu gosto dela. Minha mãe vai lá ajudar ela todos os dias.
Na minha família anda morrendo muita gente, isso me deixa triste, espero que ninguém mais morra.

Hoje posso dizer que estou feliz, só espero que no futuro minha mãe pare de fumar para não ficar doente.

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