Oi! Meu nome é C., nasci no dia 14.04.2001 no Hospital Manuel Francisco
Guerreiro... Bom, vou contar para vocês um pouco da minha vida.
Não lembro muito bem da minha infância, então vou contar o que lembro e
o que fiquei sabendo que aconteceu.
Quando eu nasci, já tinha 3 irmãos, sendo uma menina, a V. e 2 meninos o
A. e G. ... O G. era meu irmão, da V. e do A. só por parte de mãe, mais pra
frente vocês vão entender melhor isso!
Meu irmão A. me contou que quando minha mãe chegou do hospital comigo, a
minha irmã V. começou a chorar, dizia que eu era um menino, então ela pedia
para minha Mãe C. me trocar por uma menina, porque ela queria uma irmãzinha e
não um irmãozinho. Mas daí não sei bem o que eu fiz, e ela percebeu que eu era
menina e tudo ficou bem.
Com 6 anos minha mãe brigou com meu pai e eles se divorciaram, daí meu
pai disse que minha mãe, eu, e os meus irmãos não poderíamos ficar morando lá,
ele inventou muita coisa... Disse que o advogado dele garantiu que era direito
dele, minha mãe nem perguntou para a advogada dela se isso era verdade, ela foi
logo procurar uma casa para a gente se morar.
Como minha mãe não achou nem uma casa em Guaporé, ai minhas tias de Nova
Alvorada disseram que lá tinha uma casa para alugar, então minha mãe foi ver e deu
certo, nos mudamos para lá, mas o A. não foi junto porque ele não queria sair
da firma em que estava trabalhando, então ele ficou morando com meu pai.
Depois de uns meses lá minha tia M. que morava aqui em Guaporé ligou e
disse que meu pai tinha enchido a casa de papéis de ALUGA-SE, então minha mãe
disse que iria vir para Guaporé para ver se era verdade, e quando chegou aqui
viu que era mesmo. Nesse momento minha mãe falou com a advogada e acabamos
voltando para cá.
Com 7 anos de idade comecei a estudar na E.M.E.F Alexandre Bacchi, no
Pré, lá fiz várias amigas legais como a K., a J., a B., a S., a A., e a I.,
entre outras.
Sempre gostei muito de ir á
escola, gosto muito de aprender coisas novas. Eu me lembro, que várias vezes eu
ia até a parada esperar o ônibus e esquecia a mochila e meu irmão G. ia
correndo buscar para mim... Hehehehe.
Em 2008 eu passei para o 1°ano, então foi quando ganhei de Aluno Ouro,
eu fiquei muito feliz e foi bem legal. No dia em que íamos para Serafina Cprrêa
na Credeal receber o prêmio, minha mãe, minha irmã e eu quase perdemos o ônibus
que tínhamos que pegar na frente da escola.
2009 estava sendo um ótimo ano também, na escola estava tudo bem e as
notas muito boas... Mas fora a escola as coisas não estavam tão bem, todos
finais de semana eu tinha que viajar com minha mãe para Marau, na casa do
“namorado” dela, vocês lembram aquele meu irmão só por parte de mãe que eu
falei no começo, o G.?! Então, o pai dele era o namorado da minha mãe! Mas
voltando ao assunto de viajar para Marau... Até que no começo era divertido. Lá
tinha uma vizinha que tinha uma filha da minha idade que se chamava C., nós
duas viramos amigas e todos finais de semana nós brincávamos juntas, até que um
dia ela se mudou, então eu não queria mais ir pra lá, mas minha mãe sempre me
fazia ir, lá eu não tinha o que fazer, ficava muito chateada por minha mãe me
obrigar a ir junto!
Em dezembro de 2009 fomos viajar para Nova Alvorada visitar nossos
parentes, fomos meu padrasto, minha mãe, minha irmã V, meu irmão G., e eu. No
início estava tudo indo bem, mas o que eu não esperava era fosse acabar tão
cedo.
Não sei muito bem o que aconteceu, eu tinha 8 anos de idade e não lembro
de quase nada, mas lembro que meu padrasto e minha mãe estavam discutindo, não
sei porque motivo? Não lembro! Ai meu irmão G. foi defender minha mãe e o pai
dele seu um soco nele, acho que no olho, daí meu irmão ficou mais bravo do que
já estava, então ele sumiu e ninguém mais sabia onde ele estava. Ele tinha ido
chamar a policia.O G. é muito bravo, quando ele se irrita é melhor sair de
perto.
Então a polícia chegou, o G.
tinha chamado. Eles foram procurar meu padrasto, ele tinha se escondido no
mato. Todos estavam procurando por ele, enquanto isso eu e a minha prima L.
ficamos sozinhas na casa da tia D. (mãe dela), nós trancamos a porta, estávamos
com muito medo, era de noite e como era na colônia, estava muito escuro, muito
mesmo. Lembro que ouvimos passos lá fora e ao invés de ficarmos calmas ficamos
com mais medo. Quando bateram na porta nos tranquilizamos, era nossas irmãs que
tinham voltado. Elas disseram que minha mãe tinha contornado a situação, tinha mandado
a polícia embora,disse que não precisava mais procurar ele.
Pouco depois meu padrasto voltou, ele se desculpou pelo que ele tinha
feito (ele também era muito irritado), disse que na hora tinha agido sem
pensar. Enfim, parecia que tudo tinha voltado ao normal, estávamos todos na
casa da minha tia D., minha mãe C., meu padrasto C., minha irmã V., meu irmão
G., minhas primas L. e M., meu tio I. e eu, quando meu primo E. chutou a porta e
começou a gritar pedindo quem tinha chamado a polícia, sem pensar em nada a L.
disse que tinha sido o G., daí piorou tudo, o E. começou a gritar mais alto,
ele dizia que iria matar meu irmão por ter chamado a polícia, dizia que ele não
devia ter feito o que fez...
Na verdadeiro motivo do E. estar tão bravo é porque ele escondia drogas
e armas na casa dele e a polícia estava querendo revistar! Enfim, voltando onde
parei... Então o meu padrasto, ou seja, pai do G. quis defendê-lo e empurrou o
E. para fora, eles começaram a brigar, era soco para todos os lados. Quando o
E. viu que no braço ele era mais fraco que o C., ele disse que ia buscar uma
arma, e saiu correndo, então novamente meu padrasto correu para o mato se
esconder.
Pouco tempo depois o E. voltou com uma coisa na mão, não dava para ver
muito bem, mas não parecia uma arma, assim, novamente sem pensar a L. que
estava na porta com minha irmã V. gritou que ele não tem nada, então o C.
acreditou e saiu do mato com uma pedaço de pau na mão, ele meio que acertou o
E. com aquilo, quando o E. caiu ele acertou a barriga do C. com uma faca, não
exatamente na barriga, um pouco do lado.
Na hora o C. não sentiu, ele
ainda deu a volta na casa correndo atrás do E.,então ele quando chegou na
frente da casa ele caiu e o E. foi correndo para casa. Meu irmão saiu para fora
e levou o pai dele para dentro, o colocou sentado no sofá, o chão estava cheio
de sangue. Quando ergueram a blusa dele estava saindo as tripas da barriga
dele, minha mãe estava chorando muito.
Pouco depois o E. apareceu de carro lá fora dizendo que levaria o C. ao
hospital, afinal era o padrinho dele, minha mãe aceitou, era a única opção que
ela tinha. Ela quis ir junto com eles, o pai do E. também estava no carro, mas
ele não conseguiu chegar vivo até o hospital.
Na manhã seguinte do acontecido, minha mãe chegou e contou para nós que
enquanto estavam indo para o hospital o E. e o pai dele ficavam falando o tempo
todo para ela não contar a ninguém o que tinha acontecido, diziam que ninguém
podia saber a verdade.
Naquela tarde teve o enterro dele. Mina mãe chorou muito, eu fiquei do
lado dela dando maior apoio, dizia “Mãe não chora”, pois ver ela chorar me
deixava muito triste.
Depois do que aconteceu naquela noite, eles nos seguraram lá por uma
semana, e queriam nos convencer a mentir para os policiais e a para todos. Eles
queriam que a gente dissesse que o C. estava sentado em um banco descascando limões
e a cadeira resvalou e ele caiu em cima da faca. Eles disseram que se minha mãe
não falasse isso, poderia acontecer com ela o mesmo que aconteceu com o C., ou
ainda pior. Enfim, concordamos, voltamos para Guaporé, mas o pesadelo ainda não
tinha acabado.
Tivemos que ir muitas vezes ao fórum, uma das vezes estávamos todos lá e
os de Nova Alvorada também, minha mãe mentiu lá dentro daquela sala, mas quando
foi a vez da minha irmã, ela ficou completamente muda, daí retiraram o E. da
sala e mandaram ela falar o que sabia, então ela falou a verdade. Quando chegou
a minha vez, eu também falei a verdade!
Teve outra audiência em outra cidade, não lembro o nome, fomos e então
lá ele foi preso. Ele falou que quando saísse da prisão ia matar quem mais
machucasse minha mãe! Não sei quantos anos ele pegou de prisão, mas espero que ele
não saia nunca. Até hoje não sei como descobriram que foi ele, pois antes de
falarmos a verdade já desconfiavam dele.
Meses depois minha mãe começou a sair muito, ia para baladas, para a
praça, para bares, e eu estava meio esquecida. Ela começou a beber, saia todas
as sextas-feiras, sábado e às vezes no domingo também. Eu ficava cuidando da
filha da minha prima, ela saia com a minha mãe. Não gostava nem um pouco
daquilo, mas nunca falava nada para ninguém. Eu nunca consegui expressar muito
bem meus sentimentos, até porque não tinha ninguém ali para me ouvir.
Na maioria das vezes saia a minha mãe, minha irmã, a amiga dela J. e
minha prima J., tinha vezes que iam mais meninas, como a minha outra prima P. e
a amiga dela a C.!
O que eu mais odiava não era minha mãe beber, nem sair, era eu ter que
cuidar da L., aquilo era insuportável! Eu acho que ela tinha uns 4 ou 5 anos de
idade, mas era chata de mais. Um dia resolvi reclamar para minha mãe, mas ela
estava bêbada, então ela pegou uma cartela de comprimidos, não sei que tipo, e
disse que se eu não cuidasse da L., ela ia tomar todos. Fiquei muito chateada
com minha mãe pois era injusto fazer aquilo comigo, afinal eu tinha 9 anos e
ela estava usando um tipo de “Chantagem Emocional”, eu não sabia nem cuidar de
mim direito quem dera da L..
Uma vez a L. pulou e mim cima e começou a me dar socos, tapas e chutes,
eu não podia bater nela então só empurrei ela para a cama e disse para ela
parar e me deixar em paz, daí ela começou a chorar. Na manhã seguinte ela disse
para minha mãe que eu tinha batido nela, daí minha mãe me xingou. Um xingão
pode não parecer grande coisa, mas eu era muito sensível, então eu me escondi
para chorar. Na maioria das vezes eu ia chorar em baixo da casa, pois ninguém
me procuraria lá!
Tudo estava indo de péssimo a pior, daí chegou 2011 e eu pensei que
fosse as coisas iam melhorar, no entanto eu estava enganada, piorou de vez!
No mês de dezembro, minha amiga E. foi dormir na minha casa, então a
gente queria assistir TV resolvemos por o colchão na sala. Minha mãe, minha
irmã e a amiga dela J. estavam se arrumando para sair, eu e a E. ficamos
assistindo na sala e elas foram. Sempre que elas saiam, a gente vestia as
roupas delas. Era muito divertido, na verdade depois de conhecer a E. minha
vida até que melhorou um pouco!
Horas depois minha irmã voltou sozinha disse que minha mãe tinha brigado
com ela, então ela foi deitar. Logo em seguida minha mãe apareceu, com a J.,convidaram
minha irmã para ir para Marau com um cara que elas tinham conhecido, mas a minha
irmã não quis. A J. insistiu e disse que o homem era cheio de dinheiro, mas
minha irmã não foi! Minha mãe e a J. deram um beijo na bochecha da E. e na
minha, disseram que iam ficar bem e foram, mesmo eu chorando, pedindo para elas
não irem, elas foram. Eu estava com um mal pressentimento.
Na manhã seguinte, levantamos e todos ficamos preocupados pois elas não
haviam voltado ainda. Minha vizinha disse ter ouvido falar sobre um acidente e
que tinha o nome da minha mãe envolvido, choramos muito, eu tentava não pensar
no pior, mas não adiantou, tinha acontecido a pior coisa do mundo!
á ela.
Então começou a correria, o velório seria ao anoitecer, ligamos para os
parentes, meu irmão teve que ir até Passo Fundo reconhecer o corpo, imagino que
deve ter sido terrível. Quando ele voltou, ele me deu em um potinho com colar
que ela estava usando naquela noite, tenho ele guardado até hoje!
O tempo foi passando, a dor
diminuindo, mas no fundo ainda dói muito, tem pessoas que não imaginam o quanto
dói e ficam falando besteiras, se elas soubessem o quanto é difícil não agiriam
assim!
Agora tenho 13 anos de idade,
estou no 7°ano e espero passar para o 8°. Esse ano estou um pouco distraída na
escola mas ainda sou estudiosa, inteligente, dedicada, caprichosa. Sou meio
tímida às vezes, sou bastante envergonhada e gosto de aprender coisas novas,
gosto de desafios, amo tirar fotos, amo minhas amigas e no momento não estou
interessada em nenhum menino.
Atualmente estou morando com meu
irmão A. e minha irmã V., briguei com o meu irmão G., faz 2 meses que não falo
com ele, tenho um sobrinho de 2 anos, ele é filho do G. e da S.
Minhas matérias preferidas são História e Inglês, não sou puxa saco! Tenho
amigas incríveis, verdadeiras, amo muito elas: V., K., J., S., R.,M., S., E.,
E., T....
Sou apaixonada por animais de qualquer tipo. Tenho 1 gato, o nome dele é
Garfield, ele tem 1 ano e 4 meses e é muito lindo. Minha irmã tem 2 gatas, a
Aghata de 2 anos e 7 meses e a Crystal de 10 meses, elas são muito fofas. Nás
também temos um cachorro chamado Toddy que deve ter uns 8 anos já, muito lindo!
Ainda não pensei no que quero ser quando crescer, mas se for algo
relacionado a animais já está valendo!
Deixei um assunto para o final, mas nem por isso esse assunto deixar de
ser importante: A viagem ao Parque Das Águas ano passado, foi super legal!!!!!
Me diverti e me bronzeei muito. Fiquei feliz por ter sido contemplada, espero
ser de novo.
Acho que só tenho isso a dizer,
tão legal que fiquei sem palavras. Heeee! Beijos!
Espero Que Não Tenham Ficados Entediados Com Essa História Enorme.